Alunos promovem inclusão social através de oficinas de graffiti e saraus

A ideia do projeto é aliar o conhecimento produzido na universidade à vivência social com imigrantes e, assim, gerar uma nova visão de mundo junto com a comunidade. Isso foi colocado por Melina Rombach, bacharelanda em Relações Internacionais (RI) na USP, ao explicar o objetivo do Projeto de Extensão “Educar para o mundo”, uma iniciativa de estudantes do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP.

Tendo como docente responsável a professora Deisy de Freitas Lima Ventura, do Instituto de Relações Internacionais da USP, o projeto foi idealizado por alunos do IRI para valorizar e difundir a cultura latino-americana nas comunidades em que há uma forte presença de imigrantes e, assim, começar um processo de crescente inclusão social. Doze voluntários promovem atividades culturais como debates, saraus de leitura, oficinas de graffiti e feiras de artesanato em ação conjunta com alunos da EMEF Infante Dom Henrique, no Canindé, bairro no qual vivem muitos bolivianos. Além de aproximar e explicar a cultura regional, os voluntários discutem conceitos de direitos humanos e há um grupo de estudos permanente para acompanhar a evolução do projeto e replicar sua experiência em iniciativas futuras.

divulgaçãoIntervenção social realizada pelo projeto

Intervenção social realizada pelo projeto

Outra característica do “Educar para o mundo” é a parceria com a escola pública. Universitários e professores discutem juntos os principais problemas que os alunos enfrentam e se empenham coletivamente para alcançar melhorias na aprendizagem dos jovens. Dessa união, surge um ambiente no qual os alunos são incentivados a alargar sua visão de mundo até os grandes problemas planetários, como o aquecimento global e a crise financeira, para compreender a importância desses eventos em seu cotidiano. E os graduandos de RI têm a chance de conceber uma atuação pautada na cidadania, na solidariedade e na função social do ensino superior.

Para Raísa Ortiz Cetra, bacharelanda em RI e voluntária no projeto, “O Educar é uma oportunidade única de entrar em contato com a realidade do país. Muitos dos meus colegas estão visitando uma escola pública pela primeira vez”. E os universitários não escolheram o Canindé por acaso. O bairro é habitado predominantemente pelas classes D e E, com forte presença de comércio informal e imigrantes ilegais, e apresenta elevados níveis de abandono escolar, violência urbana e conflitos étnicos. O grande desafio que os voluntários enfrentam é intervir nessa “realidade paralela” e conseguir resultados que sejam capazes de manter o financiamento do projeto e expandir sua atuação.

Matéria publicada em São Paulo 08/06/2010 (AUN – USP)

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